O BEBÊ DEVE COMER ATÉ O PRATO FICAR VAZIO.
Quando o objetivo é ver o prato vazio, ou seja, fazer a criança aceitar tudo o que está sendo oferecido, “vale tudo” para que a criança coma: distração, trocas, barganhas, ameaças. Esse pode ser um caminho muito inadequado porque não respeita os sinais da criança e impede que ela desenvolva suas próprias impressões sobre os alimentos.
Quando a criança tem sua fome e saciedade respeitadas, quando tem a oportunidade de aprender a comer sozinha e de experimentar novos alimentos, quando a criança não é forçada a comer e aprende a comer quando está com fome e não comer quando está satisfeita é possível se construir uma relação mais prazerosa com as refeições e livres de questões que estão além da nutrição infantil.
O que fazer: antes de mais nada lembre-se que cuidar e alimentar são ideias diferentes. Nossa cultura confunde o ato de cuidar com o ato de alimentar e nesse sentido sempre existe o risco de se cair na velha armadilha: “quem alimenta mais cuida melhor”. Aceite que o prato nem sempre estará vazio. Isso é respeito e não tem nada a ver com desempenho materno. Outro erro comum dos adultos é transferir suas impressões sobre os alimentos para as crianças, o que pode perpetuar erros alimentares por gerações.
Bebês não “tem vontade” de comer esse ou aquele alimento pelo simples fato de não conhecerem o alimento. Eles apenas estão curiosos por tudo. Nossa relação com o determinado alimento, não precisa ser a relação da criança com esse alimento.
Tudo depende da idade, frequência, situação em que será oferecido e do valor que isso é atribuído social, emocional e nutricionalmente a cadaalimento. Comer é um ato vital que essa criança fará pelo resto de sua vida, é justo que tenha a oportunidade de aprender a fazer boas escolhas num mundo que oferecerá de tudo.
Dica: Denise Lellis, pediatra do departamento de Obesidade Infantil da Abeso.
FONT: ABESO.